sexta-feira, 13 de julho de 2012

Formação da Pastoral Carcerária em Cedro


Nos dias sete e oito de julho do ano de dois mil e doze, aconteceu no Salão Paroquial da Paróquia São João Batista – Cedro – Ceará, Formação da Pastoral Carcerária.
A formação contou com a orientação do Coordenador da Pastoral Carcerária do Estado do Ceará Padre Marcos Passerini, desde o inicio da formação o Pe. Marcos falava sobre a importância do nosso olhar para a pessoa humana, e alertava que a Pastoral Carcerária deverá ter o espírito de Jesus Bom Pastor, segundo Bento XVI: “Para a Igreja, a caridade não é uma espécie de atividade de assistência social que se poderia mesmo deixar a outros, mas pertence à sua natureza, é expressão irrenunciável da sua própria essência.” Não podemos esquecer o essencial, a missão da pastoral é ser presença de Cristo no mundo dos cárceres, contemplando em cada recuperando (a) o rosto do Cristo crucificado, reconhecendo que todo ser humano é intocável em sua dignidade.
As discussões foram acirradas acerca da nossa realidade e da nossa experiência enquanto pastoral. Estamos cientes que o código penal e a sociedade não acreditam na mudança e na conversão dos encarcerados, a sociedade quer punição, é uma questão cultural. O preconceito com a pastoral está dentro da própria igreja católica, o desafio é reconstruir o jeito de Ser Cristão, reconhecendo que a dignidade humana vem do coração do Evangelho.
Além de entender a verdadeira missão da Pastoral Carcerária, seus objetivos, suas atividades sem esquecer a realidade a qual estamos inseridos. Portanto, a luta é desafiadora, a saber: buscar parcerias com as outras pastorais que trabalham com a família, a criança e os jovens; ampliar a participação das outras pastorais; criar a cultura da unidade, parcerias com os poderes públicos, ministério público e outros segmentos sociais. Precisamos está ciente da importância do bom-senso, da negociação, da flexibilidade, do cumprimento das normas, da oportunidade, da possibilidade.
Algumas orientações foram pertinentes para o trabalho da pastoral carcerária, uma questão de suma relevância que o Pe. Marcos sempre enfatizava, atenção esteja sempre com o coração aberto, mente aberta e olho vivo. O trabalho é da equipe da pastoral, não é aconselhável fazer visitas sozinhas, a equipe deverá realizar as visitas, o olhar não dever individualizado, mas deve ser o olhar da equipe. Após as visitas é interessante discutir, socializar, refletir as informações e registrar para que a partir daí possam sair os encaminhamentos necessários. Não deixar agir com o coração, uma atitude errada pode atrapalhar toda à equipe, cada situação requer de nós atitudes diferenciadas, coerentes e argumentativas. Não personalizar, falar sempre da equipe da Pastoral Carcerária.
Para finalizar, a reflexão estava centrada nesta frase: “O toque de Deus que muda a vida”, o essencial que não pode faltar, o amor que dá sentido à vida, praticar o amor é a grande cura da humanidade. Refletir sobre a prática de Jesus, a essência da vida, de ser e de existir. Saber conciliar perdão x justiça; misericórdia x justiça, a presença de Jesus é o toque de Deus, através da escuta Jesus pode aprender a arte da compaixão e da misericórdia. “Embora sendo Filho de Deus, aprendeu a ser obediente através de seus sofrimentos”. (Hb, 5, 8).  A grande preocupação de Jesus era com a pessoa humana, o cuidado que cura. Precisamos nos questionar sobre como está o nosso cuidado, o nosso olhar, a nossa escuta, não esquecer que se faz necessário curar primeiro as nossas feridas.
Diante de tudo que foi vivenciado nestes dois dias saíram deste encontro alguns encaminhamentos:
Encontro Diocesano no dias 27 e 28 de outubro de 2012 – Diocese de Iguatu.
Solicitar junto às autoridades competentes Defensor Público para Comarca de Cedro – Ce.
A Equipe da Pastoral Carcerária deverá solicitar do Exmo. Sr. Juiz de Direito sobre o Conselho da Comunidade, se está formado e como está? Ressaltando ainda que este é uma solicitação da Pastoral Carcerária Nacional e Estadual.
Realizar estudo de documentos sobre as parcerias; Seduzir, conquistar, convencer, convidar e firmar parcerias com outras pastorais como: Matrimonio ou ECC; Pastoral da Criança e outras.
A Pastoral Carcerária deverá determinar o tempo que ficará com a responsabilidade de guardar e distribuir as cestas.

Redação: Maria Nogueira de Lima (Cilene)
Fotos: Pastoral Carcerária de Cedro

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